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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pão, manteiga e queijo (publicando um post atrasado)

Sim, a Noruega é o país do pão gostoso... Todos que vem de fora tem a atenção voltada para a qualidade dos pães que se consome por aqui. Norueguês em geral aprecia o pão integral, seja de trigo, centeio, espelta ou outros grãos... Pães brancos também são consumidos, mas tem funções especiais. Por exemplo, com camarões pré-cozidos que se compra nos barcos no píer, só pão branco, que eles chamam de loff. Os pães que encontramos pra comprar nos supermercados são semi-caseiros, inteiros, podendo ser fatiados no mercado, em máquinas especiais, ou trazidos inteiros para casa. É possível encontrar pão de forma industrializado tipo os Pullman da vida, mas pra que? Pros que sentem falta, há pãezinhos franceses e baguettes congelados ou semi-prontos que você acaba de assar em casa, mas nos lares noruegueses eles não são muito populares.

Os noruegueses comem mais pão que outros povos europeus, até os suecos reclamam... Pão de manhã, no almoço e antes de dormir... Mas é fácil se adaptar, pra quem gosta de pão.

Nada melhor que pão feito em casa, quentinho e com manteiga derretendo. Bem, por essas bandas você não precisa ser mestre padeiro pra alcançar esse prazer em casa. Nos mercados é possível comprar misturas de farinha prontinhas. Só é preciso adicionar o fermento seco (fermento biológico, aquele granuladinho) e água, seguir as instruções, e PUF! Pão quentinho em casa. Até pouco tempo eu ainda não havia comprado nenhuma mistura pronta, estava fazendo tudo do começo. Até que um dia deu uma vontade de comer boller, uns pãezinhos doces com sabor de cardamomo que vende en tudo que é fast café (Seven Elevens da vida) e posto de gasolina. Podem ter passas, chocolate ou serem purinhos. Quentinhos são tudo de bom. Então comprei um pacote de mix pra boller no mercado e fiz em casa. Tão fácil quanto 1-2-3... Lars adorou a idéia.

Essa semana estou de licensa médica porque tirei a coluna do lugar, e fiquei em casa todos esses dias. Já fazia um tempo que eu tinha achado uma coluna do LA Times, de um cara que cozinha em casa. Acho que ele é fazendeiro, pois tudo o que sobra ele dá pros porcos! E ele publicou uma receita de ricota caseira. Fazia séculos que eu queria fazer queijo branco aqui, já que o leite também é de excelente qualidade. Mas e pra achar o tal coalho líquido, ou em pó? Impossível, não tem... E pra fazer a ricota caseira, também precisaria de outro ingrediente prontamente achado em mercados nos EUA e Inglaterra, mas não aqui: buttermilk. É o soro que sobra quando se faz manteiga. E, depois de dias de pesquisa na net, descobri, no próprio site da Tine (o maior produtor de laticínio daqui, e creio que meio estatal), que é possível fazer manteiga em casa, a partir de creme de leite fresco ou creme azedo (sour cream), que eles chamam de rømme aqui.

Quem já errou a mão fazendo chantilly e passando do ponto? É por aí... Gorduroso, melequento, mas funciona. Pus 1 litro de creme azedo na batedeira e bati, bati, bati, primeiro em velocidade baixa, depois fui aumentando. Num certo ponto, o troço quebrou, ficou tipo talhado, com um líquido esbranquiçado e uns pedaços amarelos. O próximo passo é separar a parte amarela e comprimir, apertar bem, com as mãos, tirando a maior parte de líquido possível. O líquido é o tal buttermilk. Quanto mais você conseguir apertar e tirar líquido da manteiga, mais ela dura. Se não usar todo o buttermilk, você pode congelar, como eu fiz...

A minha manteiga ficou assim... A foto tá péssima porque era noite, e a luz da cozinha é fria e as bancadas são negras. O chefinho é meu timer, e sempre que ele aparece na foto, pode apostar que foi o Lars o autor da foto!

Acrescentamos sal grosso moído na hora, e pronta pra usar. (Nota póstuma - a manteiga durou 2 semanas. Eu usei basicamente pra cozinhar, e nos últimos dias ela tava com um leve aroma de queijo, mas tava no finzinho mesmo).

Nhoc!

E daí foi fazer a tal ricotta. Segui a receita à risca, mas confesso, apesar de ter ficado com um sabor incrível, a textura ficou esquisita, um tanto elástica. A ricota não dura muito, deve ser usada quando feita. Mas, um litro de leite rendeu nadica de nada. Usei 1 litro de leite semi-desnatado (1,5% de gordura) orgânico da marca Coop-ängla. Rendeu uns 100 gramas de queijo...

A cara da ricota, ainda na panela...


Nhoc outra vez!


O pão no qual essas deliciosas iguarias repousam (ou esperam pra ser devoradas!) é o pão de centeio estilo Outback do blog da Claudia (claro!). Além dele, também apareceram na festa uns boller (ponho boller porque já é no plural em noruguês, o singular seria bolle). Comprei o mix da marca Regal, é fácil de usar, e em outras ocasiões eu acrescentei confeito de chocolate (tipo Confetti), ou passas, ou cranberries secas...


Teve mais pão, uns deram certo, outros não. Os com farinha integral são mais difíceis de acertar, demoram mais a crescer, mas a gente vai aprendendo. Todo dia de folga eu faço pão...

Em breve um post sobre pasta e carne de alce!

Um comentário:

Jux disse...

Yeahhhhh!!!

Pão fresquinho com manteiga é o que há! Pãozinho e manteiga feitos em casa então? nhammm nhammm nhammm nhammm nhammmm

Já me aventuro nos pães (próximo passo é criar fermento em casa) e manteiga ainda quero fazer...

E quanto a pasta... no último Natal, eu e o meu-querido nos "demos" de presente uma maquina de fazer macarrão que uso demais: talharim, spaguetti, e lasanha! Tudo feito em casa, ingredientes orgânicos, tudo fresco-ao-cubo! A sogra e o sogro já provaram da pasta feita a quatro mãos (eu fiz a pasta e ele o molho com bichos-do-mar-diversos) e eles amaram... ai ai ai =D

Que delícia de post, Camilíssima!

Beijukisssss

P.S.: no aguardo das dicas sobre a carne do bichus-fofos-Alce!