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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Casadinhos e chipas

Quando bate vontade na gente, é uma coisa muito dura. Ainda mais quando temos vontade de comer coisas feitascom ingredientes que não são facilmente encontrados aqui. Mas vamos por partes...

Primeiro, os casadinhos. A Claudia postou lá no blog dela. Morri de vontade. A última vez que comi um foi numa Brunella do Aeroporto de Guarulhos... Pois bem, segui a receita dela. A massa ficou bela, muito, muito leve. O meu truque pessoal - e de todoconfeiteiro profissional - é icorporar claras em neve sempre, sempre com um batedor de arame. Você mexe ele debaixo pra cima, e as claras vão se misturando aos poucos. E outro segredinho - claras em neve, sempre em duas vezes. Metade primeiro, depois a outra metade. Assim as claras adicionam leveza à massa,ao invés da massa colocar peso nas claras. Minha massinha nem ficou tão líquida, dava pra ouvir as bolhinhas de ar.


Ficaram fofinhos e redondinhos. Por recomendação da Claudia, e por pura preguiça de colocar asbolinhas na assadeira com colher, fiz 20 assim redondinhas, e o resto coloquei numa assadeira retangular forrada com papel manteiga.

Depois de assado... O lado lisinho deixei pra cima, e coloquei o recheio no lado mais crespinho.





Bom, ao recheio. Tinha umas 3 bananas já pretinhas por fora, mais boas por dentro, e fiz um docinho. Como a danada da Claudia tinha publicado um pudim de gianduia e eu fiquei babando, bem de experiência taquei Nugatti no dice de banana. Nugatti é um Nutella mais fajuto que tem aqui. Até que ficou decente. Usei essa mistura pra rechear os redondinhos.





Para os que seriam quadradinhos, na falta de doce de leite usei uma coisa local que é um doce de leite, chamado Hapå. Eu nãosabia que existia, até minha irmã me trazer um doce de leite Aviação, e Lars me contar desse produto depois de provar o Aviação... É um doce de leite com gosto bem caramelado, mas serve ao propósito... É feito com leite condensado, eaí me estalou que tem gosto de lata de leite condensado cozida na panela de pressão...



Resultados finais. Os quadrados não ficaram bonitos, mas foram comidos com pressa mesmo!





E a outra vontade: chipa. Um tipo de pão de queijo originário do Paraguai, mas muitíssimo popular no Mato Grosso do Sul. Qualquer buteco no estado inteiro tem a famigerada Chipa assim como coxinhas ou croquetes. A principal diferença da chipa pro pão de queijo mineiro é que a chipa é feita de polvilho doce, e não azedo. E as chipinhas quentinhas recém-assadas que a gente comia lá no Pantanal, ai que tristeza!

Queria uma receita bem tradicional de chipa, vinda lá do MS mesmo. Acabei pegando uma na TV Record MS... Se mostrou bem tosca... Dona Mir(???) economizou demais, rsrsrs. O que me inspirou mesmo foi a polca paraguaia, ou vaneirão, ou chamamé (sempre confundi) de música de fundo, já que meu CD da Helena Meirelles ficou em Sampa. Eita, sodade do Pantana.



Então, quando fui pesar os ingredientes, descobri que só tinha 190 g de polvilho. Então, taquei 10g de fubá fino. E o queijo, usei um queijo que já vem ralado, chamado pizzaøst, e é como uma mussarela. Pus 180 desse queijo e um pacotinho de 20g de parmesão ralado. Aí vi que não tinha óleo, usei azeite. E o resto, como ela recomenda. É muito simples, porque basta misturar tudo numavasilha, amassar com as mãos mesmo. E a tal massa não dava liga. Uma coisa farinhenta, farofenta. Tiveque por mais um ovo, aí deu jeito. E conselho - um cadinho mais de margarina ou manteiga do que ela aconselha. A minha ficou quase saudável, comparando com um pão de queijo normal, pois tinha azeite e margarina. Ah, e se você está no Brasil, o queijo próprio pra chipa é queijo branco ou meia-cura.

Então, fiz as bolinhas. Na fazenda elas ficavam ovaladinhas, por causa da margarina, elas derretem um pouco no forno. Como a minha tinha pouca gordura, ficou bolinha mesmo.

E cuidado... Dona Mir*** (não entendi se o repórter diz Mirna ou Mirta) manda colocar o forno a 250 graus. Só se for o dela! Depois de 2 minutos eu abaixei o meu pra 200, até abri um pouco a porta, pois eles douraram muito rápido. Ela manda assar por 20 minutos, eu assei por 10 e eles ficaram bem crequentinhos por fora. Saídos do forno, uma dilíça... No dia seguinte, umas pedrinhas. Então, asse em forno menos forte e por mais tempo.

Antes de assar...


Depois de assados...

E no meinho...


E como hoje é aniversário do Bill, companheiro de longa data de Pantanal, bartender poliglota, dedico essas chipas à ele. Um dos melhores alomoços pantaneiros que comi foi na casa dele... Piranha ensopada e puchero. Saudade de você, Bill! Esse post é pra você! Ele é o moço de faixa paraguaia e mão na cintura...